Os cerca de 140 delegados que participaram da reunião ampliada da Fenajufe, realizada no final de semana, em Brasília, aprovaram um calendário de mobilização em defesa da revisão salarial e pela continuidade dos trabalhos em torno do Plano de Carreira. O encontro reuniu aproximadamente 180 servidores, entre delegados e observadores, que também definiram o plano de lutas que pautará a atuação da Fenajufe e dos sindicatos de base nos próximos meses.

Depois de um amplo debate, promovido no sábado e no domingo [15 e 16/08], em torno das propostas apresentadas pelos diretores gerais e pela comissão interdisciplinar do STF, os delegados da ampliada aprovaram uma resolução que tem como objetivo a luta de toda a categoria para garantir a imediata revisão salarial e a continuidade do debate relacionado ao Plano de Carreira dos servidores do Judiciário Federal.

A resolução aprovada rejeita a proposta dos diretores gerais dos tribunais superiores, especialmente a gratificação de desempenho, defende a paridade entre os servidores ativos e aposentados e reivindica a diminuição da diferença salarial entre os cargos de auxiliares, técnicos e analistas judiciários com base na tabela de vencimentos contida na proposta do GT de Carreira da Fenajufe, aprovada na XV Plenária Nacional, em Manaus. Ao aprovarem essa resolução, a Fenajufe e os sindicatos de base terão que lutar, ainda, pela manutenção da GAS [Gratificação de Atividade de Segurança] e da GAE [Gratificação de Atividade Externa], mesmo se a GR [Gratificação de Representatividade] for implementada. [Ler aqui matéria completa sobre a resolução da reunião ampliada].

Dia Nacional de Mobilização e reunião ampliada
Para garantir todas essas reivindicações, a categoria precisará dar continuidade ao processo de mobilização, iniciado em julho deste ano, quando, em todos os Estados, foram promovidas atividades nos locais de trabalho. Os participantes da reunião ampliada também avaliaram como foi o Dia Nacional de Paralisação, na última sexta-feira [14], em cada estado, e concluíram que é preciso intensificar as atividades com todos os setores da categoria.

O calendário aprovado inclui reunião da Diretoria Executiva da Fenajufe, no dia 1º de setembro; Dia Nacional de Luta do Judiciário Federal e MPU, no dia 10 de setembro; e reunião ampliada da Fenajufe, no dia 12 de setembro [essa data poderá ser antecipada].

O coordenador geral da Fenajufe Ramiro López explica que a resolução aprovada referente à revisão salarial será entregue aos diretores gerais e presidentes dos tribunais superiores durante as reuniões que foram solicitadas pela Fenajufe. A próxima reunião será nesta quarta-feira [19], às 16h, com o presidente do TST, ministro Milton de Moura França. No dia 3 de setembro, será a vez da Fenajufe se reunir com o presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Brito, após a sessão do pleno.

“Vamos apresentar aos tribunais o resultado do debate promovido neste final de semana [15 e 16/08] e cobrar deles uma resposta sobre nossas reivindicações. Caso saia uma contraproposta antes do dia 12 de setembro, anteciparemos a reunião ampliada da categoria, que discutirá as próximas ações a serem desenvolvidas para conquistarmos a nossa revisão salarial e garantirmos a continuidade do debate sobre o Plano de Carreira”, ressalta Ramiro.

Segundo a coordenadora Lúcia Bernardes, os sindicatos precisam apresentar à categoria o resultado da reunião do final de semana e fortalecer as mobilizações nos estados, visando à adesão ao calendário de luta aprovado. “A reunião ampliada de setembro será o momento em que discutiremos o andamento da nossa proposta de revisão salarial e se tivermos obtido uma reposta dos tribunais, avaliaremos o seu conteúdo. Se não houver qualquer avanço até lá, avaliaremos, inclusive, a possibilidade de deflagramos uma greve nacional”, afirma.

Lúcia ressalta a necessidade de os sindicatos jogarem peso no Dia Nacional de Mobilização, em 10 de setembro, com o objetivo de pressionar a cúpula do Judiciário a encaminhar logo as reivindicações dos servidores. “Nesse dia, os sindicatos devem fazer debates nos locais de trabalho, atos públicos e até paralisações. Precisamos mostrar aos tribunais que vamos lutar pela nossa revisão salarial e também por um Plano de Carreira que valorize a nossa categoria”, finaliza Lúcia.

Da Fenajufe – Leonor Costa