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Recordar é Viver: Uma amizade para a vida toda

2 de junho de 2025 / Ver outras notícias: Ver todas

 

 

Sentadas: Maria da Conceição Câmara(Concita) e Maria Enaíse Lins(Lins).
Em pé, da esquerda para direita: Antonia Erismar Pinheiro Vasconcelos,
Naíla Freire Santos, Ana Angélica Furtado Cunha, Ana Cecília Alcântara e Silva,
Ana Maria Freire Pitta Pinheiro, Terane Bastos e Ana Luzia Soares Sampaio.

 

Recorde boas histórias, assim como as "Bonecas", servidoras do TRT 7 que mantêm uma amizade que perdura até hoje com encontros mensais, retratando a importância da preservação de laços e de boas relações no ambiente de trabalho.

 

Por Ana Luzia Soares Sampaio (Analu) e Ana Cecília Alcântara e Silva

Você consegue imaginar uma Justiça do Trabalho completamente analógica onde máquina de escrever elétrica era privilégio da secretária de audiência?

Esse é o relato de uma época cuja nomenclatura, hábitos e usos eram bem diferentes. As Varas de hoje se chamavam Juntas, os Desembargadores eram Juízes e, pasmem, existiam apenas 5 JCJ em Fortaleza.

O Fórum Autran Nunes, no mesmo endereço onde funciona hoje, era uma casa antiga e durante o período de chuvas muitas vezes trocávamos a máquina de escrever pelo rodo pois a água ameaçava invadir as salas.

Se o salário acabasse antes do fim do mês, nada de recorrer a empréstimos bancários e seus juros altos, nós tínhamos a CREDIJUNTA, Associação financeira sem fins lucrativos e socorro dos aflitos.

Toda essa introdução é para mostrar o espírito da época e começar a contar a história da 2 JCJ de Fortaleza que nasceu presidida por uma mulher a frente do seu tempo, Laís Maria Rossas Freire e suas 10 funcionárias. Sim, a força e a leveza feminina foram a alma e o diferencial da 2 Junta.

Dr. Arízio, sempre bem humorado, gostava de nos chamar “as meninas da Laís”. Hoje as meninas são transseculares e estão comemorando 50 anos que entraram para a Justiça do Trabalho e juntas cultivaram um ambiente de companheirismo e respeito não só no trabalho, mas na vida.

Quem nos recebeu, como Diretora de Secretaria, foi Diana Martins que comandou com segurança e bondade as novatas que iam chegando Ana Cecília, Ana Luzia, Ana Maria, Ana Angélica, Conceição, Enaíse, Erismar, Terani e Ayla, que foi de todas nós a mais alegre e divertida e partiu precocemente para alegrar outras dimensões.

Outras funcionárias passaram períodos mais curtos mas igualmente importantes. Veleda, Socorro Reis, Lúcia Helena, Iara e Salete Passos poetisa e repentista que encheu de lirismo e graça o nosso dia a dia. Mas o mundo das meninas tinha também o contraponto masculino, William Sá, Adonardo, João César, diretores de secretaria que se entendiam harmoniosamente com o time feminino.

Se eu fosse contar todos os causos este texto ficaria muito longo, só quero registrar que nosso dia a dia era alegre, produtivo e que nosso astral extrapolou os limites da segunda Junta e influenciou as relações em todo o Fórum. Não se passava email, mas o cafezinho da D. Maria alimentava a amizade e a cumplicidade. Tudo ao vivo, sem telas e sem filtros mas compartilhado com amor e verdade. E o sistema nunca caía, o humano sempre apontava um caminho.

E para ilustrar o que foi dito vamos transcrever uma poesia de Salete Passos feita em 03/08/1983:

 

Ao Bonecal

Segunda já se passou
Terça-feira estou aqui,
Na Quarta espero por ti,
Quinta faço julgamento,
Sexta tenho o pensamento
De Sábado me distrair
Pois Domingo é PASSATEMPO,
Segunda estarei aqui.

E entra sem dizer prosa
A Juíza, Sua Excelência,
Com toda sua imponência,
Com autos pra corrigir,
Olha pra nós sem sorrir,
Chama logo a Conceição
Pra fazer a correção
E pôr os pingos nos “i”.

Eu penso em escapulir
Mas sei não tem jeito não,
O meu ela tem na mão
E diz logo, sem orgulho:
“Conserte já, sem barulho.”
Quando volto pro birô,
Uma ruma me espantantou
São os processos de julho.

A Conceição é sabida,
Dá decisão só pra mim,
Com jeito ela me diz assim:
“Taí, o João quem mandou.”
Pensando que se safou
Vai fazer os “abacaxi”
Do Edson que vem ai,
Querendo só ser Doutor…

Mas não tem nada que dure,
Não falta mais nem um mês,
É no dia dezesseis
Que a Enaíse vem ai,
Nós vamos escapulir,
Feito o “bucho da Cecília
Que espera mais uma filha,
Pra ver a gente sorrir.

Terá festa em toda parte,
Na Junta e em São Gonçalo,
Só de comida me entalo,
Toda barriga se estica
Mesmo que seja nanica…
E eu digo pra Ana Luzia
Que se der mais agonia
Não vai pra festa, ela fica.

Vem chegando a Ana Maria
Pra fazer os “pagamento”
Essa vida é um tormento,
Das férias vem de sair,
De nós não pode fugir
Vai saber tudo DE NOVO
Que Aíla manga do povo,
Que a gente morre de rir…

 

 

Comentários

  1. GONCALES RAMALHO DE LIMA disse:

    TEMPOS FELIZES EM QUE SE HAVIA MAIS AMIZADE. DEVIA RECRIAR UMA ENTIDADE TIPO A CREDIJUNTA,PRINCIPALMENTE HOJE POIS NOSSOS SALÁRIOS ESTÃO MUITO DEFASADOS. PARABÉNS A TODAS AS COLEGAS.

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