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A Fenajufe participou nesta terça-feira [20] de mais uma reunião que teve como pauta central a aprovação dos Planos de Cargos e Salários do Judiciário Federal e do Ministério Público da União. Os coordenadores Jean Loiola, Antônio Melquiades [Melqui], Roberto Policarpo e Gérner Márcio Gomes de Matos se reuniram, na manhã de hoje, com o secretário Executivo do Conselho Nacional do Ministério Público [CNMP], José Adércio, e com a assessora Sônia Amaral.
No encontro, os coordenadores explicaram a situação da tramitação dos dois projetos de lei [PL 6613/09 e 6697/09] e das dificuldades enfrentadas pelas entidades sindicais até o momento, devido à falta de um acordo das cúpulas do Judiciário e do MPU com o Executivo que garanta a previsão no Orçamento para a implementação dos dois planos em 2011. Também explicaram que, finalmente, o PL 6697 [PCS do MPU] foi aprovado na quarta-feira passada [14] na Comissão de Trabalho, mas que o PL 6613 [do Judiciário] ainda deve ser pautado no dia 28, após a realização de uma audiência pública no dia 27 de abril.
Os coordenadores da Fenajufe fizeram questão de ressaltar que, embora a proposta do MPU já tenha sido aprovada na primeira comissão, a situação ainda continua complicada, uma vez que, inicialmente, a proposta de audiência pública seria para debater todos os projetos referentes a reajuste de servidores públicos. Na avaliação deles, a realização dessa audiência poderá atrapalhar a tramitação do projeto do Judiciário na Comissão de Trabalho e também do projeto do MPU na Comissão de Finanças, para onde ele será encaminhado.
As dificuldades na Câmara dos Deputados são devido à falta de negociação da questão orçamentária. E ainda, para piorar, estamos sendo ameaçados com a possibilidade de o PLP 549/09 ser aprovado, que congelará os nossos salários por dez anos, informou Melqui na reunião.
Temos uma série de preocupações, como o problema da evasão de servidores do quadro do MPU. Muitas vezes a pessoa deixa de tomar posse em função da defasagem salarial em relação a outras carreiras ou, quando toma, acaba por decidir sair, o que ocorre muitas vezes em menos de dois anos. Precisamos aprovar o nosso PCS, mas para isso é necessária uma atuação institucional mais incisiva da Procuradoria Geral e do Conselho Nacional, cobrou Jean, que também informou que a Fenajufe encontra dificuldades para agendar audiência com o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel.
Ao fazer a defesa da reivindicação dos servidores do Judiciário Federal e do MPU, Gérner Matos argumentou que os atuais Planos de Cargos e Salários repuseram as perdas salariais apenas até 2006. Quando terminaram [os PCSs] de ser implementados, as tabelas já estavam defasadas. De lá para cá não tivemos mais revisão salarial, ponderou o coordenador da Fenajufe.
Compreensivo aos problemas apontados pela Fenajufe, em especial quanto às dificuldades de marcar reunião com o PGR e com a realização da audiência pública no próximo dia 27, José Adércio se comprometeu a ajudar no que for preciso para garantir a aprovação imediata dos projetos. Na avaliação dele, os reflexos da audiência serão para os dois projetos, mesmo que o do MPU já tenha sido aprovado na CTASP. E afirmou que as entidades sindicais devem trabalhar para barrar essa audiência pública, que vai expor os servidores do Judiciário e do MPU.
A Fenajufe apresentará ao Conselho um Pedido de Providências com todos os argumentos favoráveis ao PCS do MPU. A partir daí, o secretário do Conselho garantiu trabalhar, com os conselheiros, pela aprovação de uma Nota Técnica em defesa da reivindicação dos servidores. Da minha parte, eu garanto que assim que receber o Pedido de Providências o documento será encaminhado para um conselheiro relator e votado na sessão da próxima semana. Acho importante uma Nota Técnica do Conselho Nacional do Ministério Público se posicionando a favor dos servidores, garantiu.
Contato com a PGR, com o STF e com o MPOG
Considerando importante a iniciativa do secretário do CNMP de expedir uma Nota Técnica em defesa do PCS dos servidores, os coordenadores da Fenajufe ressaltaram, no entanto, que é preciso uma intervenção maior por parte do Conselho junto à Procuradoria Geral da República e até mesmo ao Ministério do Planejamento, para que realmente saia o acordo em torno da previsão orçamentária. A Fenajufe lembrou que, segundo informações obtidas na Câmara, a iniciativa da audiência teria partido do Ministério do Planejamento. Deste modo, os dirigentes sindicais solicitaram que José Adércio apresente a situação ao Procurador Roberto Gurgel, para que este, juntamente com o STF, procure o ministro Paulo Bernardo para falar dos dois PCSs e, assim, evitar a realização da audiência pública.
Sabemos que, no pé em que estão as negociações, somente uma intervenção da PGR e do STF poderia barrar a realização da audiência pública. Por isso, consideramos fundamental que haja um diálogo maior das duas instituições com o Executivo e um empenho em torno das negociações orçamentárias, disse Roberto Policarpo na reunião de hoje.
Os coordenadores da Fenajufe, ao reforçar o grau de dificuldades que tem atrapalhado o andamento dos projetos, informaram que a categoria já prepara uma greve nacional para o início de maio. Gostaríamos de esgotar esse processo pela via negocial, mas do jeito que as coisas estão, sem qualquer avanço, a categoria está sendo empurrada para a greve, explicou Jean Loiola.
Segundo Melqui, a categoria está bastante apreensiva e preocupada com o calendário, considerado apertado em função das eleições de outubro e da Copa do Mundo em junho. A categoria já está se preparando para uma grande greve no início de maio, informou.
Em resposta às reivindicações dos coordenadores da Fenajufe, José Adércio se comprometeu expor a situação ao Procurador Geral para que haja, por parte da PGR, uma interlocução junto ao STF e ao Ministério do Planejamento.
O secretário executivo considerou a Nota Técnica importante, já que a reivindicação deixa de ser somente da categoria. A aprovação dos dois projetos tem que ser ainda neste primeiro semestre, senão ficará complicado, disse, informando também que há a previsão de uma audiência do PGR com o ministro Paulo Bernardo nos próximos dias e que o PCS do MPU é um dos itens da pauta.
Da Fenajufe Leonor Costa
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