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Não sabemos quem são. Não sabemos quantos são. Não sabemos como ocorre e em que intensidade. São muitas as dúvidas, mas existe inegavelmente uma grande e triste certeza: há prática de assédio moral dentro do TRT7, destacadamente na 1ª instância .
São muitos os casos decorrentes dessa desenfreada cobrança por metas, quase sempre inatingíveis, que vêm sendo repassadas (impostas) desde o CNJ, passando pelo TST, pelo TRT e obviamente culminando com a verdadeira loucura de se viver mediante a tensão de se chegar a um patamar cuja estrutura inviabiliza que se logre. Tudo isto é ainda aliado às tendências que pontualmente se verificam nas personalidades de alguns despreparados gestores, muitas vezes escolhidos por critérios meramente técnicos (conhecimento jurídico), sem que se aperceba da capacidade de liderança, relação pessoal e habilidade em gerenciar crises. Atuar como diretor de secretaria de varas do trabalho é hoje sim uma tarefa de administrar o caos, pois, como já frisado, existe uma enorme discrepância entre a estrutura das varas e regionais e o que é cobrado a título de metas e resultados. Combinado a isso, temos uma nova política da “administração midiática”, na qual tenta se mostrar a todo instante que temos resultados, chegando ao ridículo de se criarem os fantasiosos “conciliômetros”, “executômetros” e outros ilusórios e desnecessários instrumentos que em nada contribuem com o real papel que deveria desempenhar o judiciário.
Não precisamos justificar nossa existência com essas provas de resultados tampouco com dados que mostrem quão lucrativos nós somos, que o custo-benefício de um órgão do judiciário é vantajoso para o país. Existimos porque um Estado Democrático de Direito assim o exige e nosso custo é devido pela necessidade de figurarmos nem um rol de nações que respeitam a dignidade humana, a liberdade, o acesso à justiça, a ampla defesa, o devido processo legal, dentre outras garantias…
Voltando ao nosso “pequeno mundo”, é em decorrência dessa desenfreada corrida, em busca de nada, que muitos diretores têm imprimido aos seus subordinados, estes cada vez mais subordinados, as tão famigeradas metas, estas quase sempre inalcançáveis. A cobrança chega a extremos, como determinar que os prazos, já tão mal ajustados em 30 dias – pois quase sempre o cumprimento em tal período é impossível -, sejam reduzidos para 10 dias, sob a ameaça de, em caso de descumprimento, o servidor vir a perder a função comissionada – esta já tão desvalorizada monetariamente, mas ainda tão utilizada como meio de manobra e de opressão principalmente para aqueles que já a incluíram em seu patrimônio e não podem perdê-la por trazer inegável prejuízo ao sustento de suas famílias.
Triste condição a de muitos de nossos colegas que se sujeitam a tantos abusos.
Há casos de supressão do direito ao intervalo para almoço, tendo este que ser compensado ao final do expediente. Para alguns, seria bem cabível os servidores começarem a fazer suas refeições em suas salas e até mesmo no balcão de atendimento ou na sala de audiência dessas varas que impõem esse verdadeiro absurdo.
Por isso acontecer dentro da Justiça do Trabalho – o que faz merecer que esta justiça especializada seja taxada de justiça hipócrita – a questão é ainda mais séria, preocupante e grave. Os absurdos casos frequentemente relatados por inúmeros servidores nos mais diversos rincões, com práticas cada vez mais nefastas por parte de magistrados e diretores, são assustadores.
Aliás, alguns diretores – quando não são apadrinhados que adentram por meios nada ortodoxos, mas sim servidores de carreira – muitas vezes esquecem que estão tratando com colegas, ignorando que já viveram o outro lado da moeda. Tratam quase sempre os “geridos” de forma verticalmente posicionada, sem aparentemente rememorarem que quando eram “simples servidores” abominavam posturas similares dos seus então gestores.
A realidade é triste.
Enquanto a categoria amarga desvalorização, por outro lado, mesmo que sem receber nenhum mérito ou lembrança por parte da população ou das altas cúpulas, o servidor do Poder Judiciário Federal é visto e pressionado como a salvação para o bom andamento da atividade jurisdicional. É uma contradição. Ninguém reconhece que, seja assessorando magistrados, elaborando expedientes, atendendo ao público, executando ou liquidando, sem os servidores não existe Justiça. Somos lembrados nas cobranças, mas invisíveis quando convém.
Nesse sentido, não podemos jamais cair no erro de entrarmos em guerra e divergência interna. Assediar e oprimir um colega de trabalho? Onde está a empatia? Onde está o senso de humanidade? Se a meta quadruplicar amanhã, continuaremos atropelando tudo e todos para atendê-la? Onde isso irá chegar? O limite da minha atuação está no próximo e não na manutenção da minha função ou cargo em comissão.
Fica a reflexão. Sejamos corajosos.
Nota: Texto elaborado por servidor do Fórum Autran Nunes que preferiu resguardar sua identidade, a fim de evitar problemas. Por refletir a posição e a angústia de muitos servidores, a Diretoria do Sindissétima resolveu assinar institucionalmente o artigo.
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