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- CARREIRA
NOTA EXPLICATIVA
A Diretoria do Sindissétima resolve, por meio do texto abaixo, prosseguir na publicação institucional de textos elaborados por servidores, preservando, por questões protetivas, a identidade dos seus verdadeiros autores. Essa opção, longe de querer prestigiar o anonimato, pretende apenas dar publicidade às ideias e visões existentes no seio da categoria, uma vez que transcendem a mera opinião individual dos elaboradores. São temas que, muitas vezes por medo ou receio de boicote, permanecem intocados. Seja por meio de crônicas, hipérboles ou criação de estereótipos, a ideia é gerar a reflexão dos servidores.
GRAÇAS A ELES NÓS VENCEREMOS
Todos os dias ouvimos de diversos colegas – ditos insatisfeitos – reclamações, lamentações e outras manifestações de descontentamento acerca da carreira, das condições de trabalho, dos salários, e de uma infinidade de problemas que vivenciam cotidianamente.
Vejo tudo isso com a atenção e o interesse que me desperta, ou seja, nenhum. Sinceramente, nem sei do que estão falando.
Não participo de greve (abomino essa atitude de gente que provavelmente não quer trabalhar e se utiliza dessa desculpa) e é assim que penso. Jamais irei à rua, com faixas, bandeiras e/ou cartazes, afinal faço parte de uma elite dentro do serviço público. Fiz concurso para um órgão do judiciário federal, sou integrante de um grupo que jamais se prestará a tal papel. Meu salário é alto e minhas condições de trabalho são excelentes. Não há porque me prestar a tais absurdos, pois não preciso me misturar com essa gentalha.
Já vi, meio que sem querer, pela TV e em alguns sites cenas e notícias do proletariado apanhando da polícia em frente ao STF, recebendo spray de pimenta nos olhos e bombas de efeito moral na cabeça. Ora, não passam de tolos que estão lá brigando por aumento de salário (o meu aumento de salário), do qual embora eu não necessite, pois sou chique, confesso, em sigilo, que será muito bem-vindo quando for adicionado ao meu já tão pomposo contracheque.
Caso eles consigam fazer com que minhas condições de trabalho sejam de algum modo melhoradas, também apreciarei, mas não contem comigo para sequer usar um adesivo que me identifique como favorável a tais “lutas”. Afinal, não gosto que me confundam com arruaceiros ou revoltados. Desses tipinhos aí eu passo é longe.
Sou uma pessoa muita ocupada e importante, estou preocupado é com outras questões. Esse bando de desocupado jamais entenderia. Acabo de abrir o jornal e vejo que o dólar está em alta. Já imagino como serão minhas próximas viagens. Só eu sei o quanto é difícil ano após ano planejar os variados roteiros. Aliás, tenho percebido que cada vez mais tenho que me esforçar para fazer minha viagem dos sonhos. Poxa, se meu salário fosse reajustado… Mas onde estão os idiotas que me representam e deveriam estar nas ruas brigando por isso? Apáticos, inertes, submissos, subservientes…
Cá entre nós, preciso deles para garantir que eu tenha mais, sem precisar me expor. Mas, se eu não ganhar nada também, continuarei pomposo, pois minha dignidade nobre ninguém tira.
Uma simples leitura de clássicos como O Príncipe (meu livro de cabeceira) me revela que pessoas como eu sempre existirão e, obviamente, continuarei eternamente esperando que nunca deixem de existir aqueles (trouxas) que brigam por mim e pelos meus direitos. Mas vou confessar uma coisa, no fundo desejo que esses sonhadores revoltados estejam cada dia mais determinados. Afinal dependo deles para minhas novas conquistas e, se eles permanecerem firmes, continuarei a poder dizer, ainda que baixinho e escondido: Graças a eles eu vencerei!!!
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