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Os reflexos da crise financeira internacional, que se agravou em setembro do ano passado, não chegaram a afetar as negociações salariais da maioria dos trabalhadores com data-base no primeiro semestre deste ano. É o que mostra o estudo Balanço das Negociações dos Reajustes Salariais no Primeiro Semestre de 2009, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS) da entidade.
O levantamento, feito com 245 categorias profissionais com base em acordos e convenções coletivas de trabalho, indica que 93% das correções igualaram-se ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou ficaram acima dele. O percentual foi superior ao de 2008 (87%). No conjunto analisado, 77% das negociações resultaram em ganhos maiores do que o INPC-IBGE contra 72% no ano passado.
As correções feitas apenas a título de reposição inflacionária foram dadas a 15,9% das categorias ante 14,7%, no ano passado.
Apenas 7,3% de um total de 18 categorias mantiveram-se com salários abaixo do INPC-IBGE. Ainda assim, o quadro indica melhora nas condições, porque, em 2008, eram 13,1%, atingindo 32 categorias.
A situação mais desfavorável foi constatada na indústria, área mais afetada pela crise financeira internacional. Nesse caso, aumentou a parcela de trabalhadores com reajustes salariais abaixo da inflação, passando de 6,2% para 9,3%. A maioria de um total de 98 segmentos da indústria (58,2%) obteve ganhos ligeiramente acima, ficando entre 0,01% e 1%, seguida dos que conquistaram reajustes em níveis entre 1,01% e 2%, caso de 19,4% dos empregados do setor. Apenas 1% conseguiu se situar em índices superiores a 5%.
No comércio, o estudo verificou que em 31 documentos firmados por entidades sindicais representativas dos trabalhadores apenas um mostra que eles não conseguiram repor as perdas inflacionárias em relação ao ano passado. Praticamente a metade dos sindicatos (14) convenceu os empresários a corrigir os vencimentos em níveis que oscilam entre 0,01% e 1%, uma condição igual à do ano anterior.
A mudança mais significativa ocorreu no setor de serviços, com 72% das negociações realizadas por 116 sindicatos resultando em incorporação de aumentos reais. A maioria, no entanto, ainda se manteve na faixa até 1%.
Fonte: Agência Brasil
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