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Confira o relato feito pela servidora Grazielle Carneiro sobre o Fórum de Debates sobre Assédio Moral no Serviço Público foi realizado na cidade de Vitória/ES, e aconteceu nos dias 02 e 03 de dezembro de 2016, no qual esteve representando o Sindissétima:
"O evento, que contou com a presença de cerca de 30 participantes representantes de órgãos de 10 estados do Brasil, teve início às 19h25min do dia 02, com uma breve apresentação do organizador José Wenceslau Fernandes, servidor do TRT do Espírito Santo, que, em seguida, passou a palavra ao palestrante Professor Dr. Roberto Heloani (UNICAMP).
Dr. Heloani, que é advogado e psicólogo, teceu, inicialmente, um histórico, bastante detalhado, de como se deu a formação da cultura do assédio moral, a princípio, no setor privado, mas que o serviço público vem gradualmente institucionalizando, especialmente depois de ter incorporado daquele o estabelecimento de metas, muitas vezes, abusivas.
O assédio moral, que vem ganhando ares de modelo de gestão no setor público, tem acarretado conseqüências desastrosas entre os servidores, com o crescente número de casos de afastamentos do trabalho por transtornos psiquiátricos e o pior: casos de suicídio que normalmente têm sido abafados pelos órgãos aos quais as vítimas são vinculadas.
Após a explanação, o debate foi aberto aos demais participantes que relataram casos de assédio em seus ambientes de trabalho, bem como compartilharam algumas experiências positivas de como o assédio tem sido prevenido/combatido com apoio dos sindicatos.
Neste mesmo dia, uma representante do SINDJUS/RS distribuiu, entre os demais, uma cartilha intitulada "Assédio Moral é Problema Nosso".
O segundo dia deu continuidade aos debates, pela manhã, com a concessão da palavra às entidades ali representadas, pelo tempo médio de 10 minutos cada. Nessa oportunidade, cada participante pôde compartilhar experiências, levantar questionamentos e dar sugestões de possíveis estratégias de combate ao problema.
No período da tarde, o grande desafio foi a elaboração de encaminhamentos. Por se tratar de um movimento relativamente novo entre as entidades ali presentes, houve questionamento em relação à forma de ação. Pairava a dúvida se deveriam ser dirigidos diretamente ao CNJ ou se passariam pela FENAJUFE para que esta solicitasse providências junto àquele no sentido da criação de comissões de mediação, em cada órgão, para solução dos casos de assédio moral.
O evento propunha, como objetivo central "Elaborar proposta visando tornar mais justo e transparente o processo administrativo que investiga ocorrência de assédio moral no poder judiciário", o que, a meu ver, se mostrou completamente equivocado, já que visa sanar o desfecho do problema e não sua raiz, preocupação que foi oportunamente exposta e teve apoio de vários colegas presentes.
Conclusões pessoais:
1. O assédio moral acontece, a cada dia, "debaixo do nosso nariz", mas por ser uma prática já institucionalizada, não o percebemos e o tomamos por natural;
2. A pessoa assediada, muitas vezes, trava uma luta solitária, pois o assédio tende a não ser percebido pelos demais (não-vítimas), por se dar de forma velada ou porque, mesmo percebendo a prática, estes preferem fazer vistas grossas a fim de que não se tornem o próximo alvo;
3. É possível que o assediador mantenha a prática de forma inconsciente e não por má índole, por ignorar que algumas de suas ações configuram-se como assédio moral;
4. Há vítimas de assédio moral que não percebem que estão sendo assediadas pelos mesmos motivos acima;
5. Há vítimas de assédio moral que reagem a ele de forma enérgica, não o aceitando e conseguem debelá-lo sem maiores conseqüências;
6. Há vítimas de assédio moral que, por fatores múltiplos, pessoais e/ou externos, não conseguem reagir e sair ilesas após serem expostas a essa prática, passando a precisar de apoio, tanto no sentido de combatê-lo como para um possível tratamento resultante do trauma;
7. São necessárias ações que visem ao esclarecimento acerca das práticas que se configuram como assédio moral, voltadas tanto para os assediadores em potencial, quanto para as possíveis vítimas, de preferência, a serem fomentadas pelo sindicato buscando parceria com a instituição.
FCA GRAZIELLE CARNEIRO GONÇALVES
Suplentes do Sindissétima"
Confira o arquivo completo do Fórum de Debates sobre Assédio Moral, clicando AQUI
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