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Depois de registrar em novembro a primeira queda mensal em cinco anos, o nível de emprego com carteira assinada subirá pouco em dezembro, janeiro e fevereiro para se recuperar somente em março. A avaliação é do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que prevê a criação de 1,5 milhão de postos de trabalho com carteira assinada no próximo ano, apesar do agravamento da crise financeira internacional.
Mesmo sendo uma estimativa inferior à de 2 milhões de postos criados em 2008, o ministro se disse otimista em relação ao desempenho do mercado de trabalho em 2009. Segundo ele, a posse de Barack Obama na presidência dos EUA provocará a retomada do crescimento econômico no Brasil a partir do final do primeiro trimestre do próximo ano.
Em 2009, deveremos ter um crescimento forte por causa do efeito Obama, a partir de março. Acho que os Estados Unidos já passaram pelo pior momento, e tudo o de pior que poderia acontecer para a economia brasileira já aconteceu, afirmou o ministro em encontro com jornalistas ontem, quando apresentou as perspectivas para o mercado de trabalho no próximo ano. Para ele, a expansão da economia do País em 2009 será de 4,5%. A estimativa é maior que os 4% projetados pelo Ministério da Fazenda e os 3,2% previstos no Relatório de Inflação divulgado semana passada pelo Banco Central.
De acordo com o ministro, um dos indícios de que o crescimento está sendo retomado foram os dados do comércio durante o Natal, que constataram aumento real (menos a inflação) de 3,5% nas vendas, ante dezembro de 2007. É importante lembrar que o crescimento ocorreu em cima do melhor nível da história, destacou.
As liquidações do início do ano, acrescentou o ministro, contribuirão para que as vendas subam ainda mais nos próximos meses.
Críticas à flexibilização
Lupi criticou a proposta de setores empresariais de flexibilização temporária dos direitos trabalhistas, como uma forma de ajudar as empresas a enfrentar os efeitos da crise econômica internacional. ´Acho isso um absurdo. Por que quando os lucros estavam altos, não se falava em flexibilizar os lucros?´, afirmou. Lupi criticou a proposta da Secretaria de Relações de Emprego do governo do Estado de São Paulo, de criação de programa emergencial de dez meses, período no qual os empresários poderiam suspender contratos de trabalho e os empregados receberiam seguro pago com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). ´Aí fica fácil ser empresário´, reagiu.
Fonte: Diário do Nordeste
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