Setenta e cinco servidores compareceram à votação dos processos referentes à redução da jornada de trabalho e da instalação do ponto eletrônico em sessão do Pleno do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí, nesta terça-feira [26]. De acordo com o Sintrajufe/PI, o auditório estava repleto de servidores, como nunca se viu na história das sessões do TRT, que estampavam a campanha da redução da jornada de trabalho, com adesivos colados no peito e os cartazes erguidos pelos servidores que os motivos daquela mobilização.

Após um longo intervalo, os desembargadores voltaram ao plenário por volta das 10h15 e, de acordo com o sindicato, a votação da redução da jornada de trabalho foi feita em tempo recorde. “Sem cronometragem, o ato só durou o tempo de todos os desembargadores se aproximarem do microfone e pronunciarem a decisão unânime: ‘Não’. A única decisão que demorou um pouco mais que a pronúncia da palavra monossílaba foi a do desembargador Fausto Lustosa, que explicou o seu voto de negação dizendo que a causa deve ser levada ao CNJ, pois ‘o Tribunal Regional do Trabalho do Piauí é muito pequeno para tomar essa decisão’, informa o Sintrajufe.

Após o término da votação, os servidores saíram imediatamente da sessão, sem esperar a decisão sobre a instalação do ponto eletrônico. No pátio do térreo os trabalhadores se reuniram rapidamente para discutir o acontecido. O diretor financeiro do Sintrajufe-PI, Pedro Laurentino, afirmou que a votação foi armada, combinada durante o intervalo e que era um desrespeito para os servidores continuarem participando da sessão, se a decisão nem sequer foi tomada com discussão diante da platéia.

“Nós não íamos continuar pactuando com esta farsa. Fizemos tudo às claras, discutindo, distribuindo material informativo, enquanto eles combinaram voto sem nem ao menos dar explicações a ninguém”, ressaltou.

A diretora de organização e assuntos jurídicos, Madalena Nunes, explica que esta é uma campanha nacional e que apesar da reivindicação da classe ter sido negada, os servidores saem de cabeça erguida. “Nós não conquistamos o que desejávamos, mas não é por isso que vamos deixar de lutar, estaremos firmes a cada batalha que nos for proposta e vamos lutar sempre mais e mais pelos nossos direitos”, conclui Madalena.

Fonte: Sintrajufe/PI