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Reajuste

4 de outubro de 2009 / Ver outras notícias: Ver todas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa nesta sexta-feira dos salários pagos a altos servidores do funcionalismo público e disse que acusações como a do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que se propunha a ser o “caçador de marajás”, não passam de “discurso fácil” em época de campanha política.

“Hoje a auto-estima tem uma prevalência sobre o pessimismo, que durante tanto tempo se fez prevalecer na máquina pública. Lembro o quanto a máquina pública foi ofendida. Percebia que (dizer que) todo mundo era marajá, que ganhava muito dinheiro (era utilizar) o salário do setor público para jogá-los contra a sociedade brasileira”, afirmou Lula. “Precisou eu chegar à presidência da República para perceber que havia o engano do discurso fácil na época de campanha política”, completou.

Ao participar da posse do novo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, o presidente observou que os salários pagos atualmente a um advogado público são diversas vezes menor do que esse mesmo profissional receberia na iniciativa privada. O caso é semelhante, disse Lula, ao de outros funcionários, como auditores fiscais da Receita Federal.

“O funcionalismo público era mal remunerado e o salário não condizia com a capacidade das pessoas. Acham que um homem da Receita (Federal) ganha muito dinheiro e não se dão conta de quanto o trabalho deles faz que o Estado brasileiro deixe de perder para os sonegadores. (As pessoas) acreditam que a máquina pública é composta por pessoas altamente remuneradas, (mas) elas ganhariam cinco vezes mais (na iniciativa privada), fora o tal do bônus que se paga”, argumentou.

“Aqui se paga (o salário) sem bônus e muitas vezes por amor a uma causa que as pessoas acreditam. Conheço muita gente que saiu do governo e foi ganhar cinco, seis ou sete vezes mais que no governo, sem a preocupação de o Ministério Público indiciá-lo ou (da acusação de que) há indícios graves de corrupção naquela decisão”, disse.

Advogado-geral

Procurador-geral da Fazenda Nacional, Adams ocupará a vaga aberta com a indicação de José Antonio Dias Toffoli para um assento no Supremo Tribunal Federal (STF). O novo ministro Adams será o primeiro advogado público de carreira a ocupar a AGU.

“Se eu pudesse deixar conselho para sua gestão é a de que nunca deixe de olhar os humildes e os pobres. Uma instituição de advocacia do Estado existe para o cidadão, não existe para si mesma”, disse Toffoli na posse de Adams.

“É a maior aspiração que posso ter e representa o ápice da minha carreira”, afirmou o novo advogado-geral.

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul (UFRS), Adams foi, entre outras funções, secretário-executivo adjunto e consultor jurídico do Ministério do Planejamento, professor de Direito Tributário. Ocupa o posto de procurador da Fazenda Nacional desde sua aprovação em concurso, em 1993.

Fonte: Portal Terra


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