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Após a solenidade de abertura do 7º Congresso Nacional da Fenajufe [Congrejufe], os participantes assistiram ao painel sobre Conjuntura, que teve a participação do presidente nacional da CUT, Artur Henrique; e do historiador e professor Valério Arcary. Em um auditório lotado com mais de 600 servidores do Judiciário Federal e do MPU, os palestrantes fizeram uma avaliação sobre a situação dos trabalhadores no Brasil e no mundo e apontaram alguns desafios para o movimento sindical nos próximos anos.
Historiador e professor do Instituto Federal de Ensino Tecnológico de São Paulo [Ifet-SP], Valério Arcary enumerou as consequências da crise do capitalismo, que estourou em 2008, e os efeitos colaterais que as medidas adotadas trouxeram para a classe trabalhadora em todo o mundo. De acordo com ele, o principal plano para salvar os bancos e as grandes empresas da depressão foi reduzir os gastos nos setores públicos e romper o contrato com a sociedade, retirando direitos históricos da classe trabalhadora. No Brasil e nos outros países, seguiu-se a intervenção emergencial, que teve início nos Estados Unidos, optando por socorrer os bancos e honrar com os contratos, disse Arcary, avaliando que uma das principais consequências da crise é o desemprego crônico e a precarização das condições de vida dos trabalhadores, inclusive nos países centrais.
Apresentando alguns dados estatísticos e econômicos ao plenário, o professor fez um histórico da realidade dos trabalhadores brasileiros do final da década de 80, início dos anos 90, quando teve início a implementação do modelo neoliberal na América Latina, até agora. Ele explicou, por exemplo, a defasagem salarial e o rebaixamento das condições de trabalho a que várias categorias foram submetidas. Como exemplo, citou os funcionários do Banco do Brasil e os professores do Estado de São Paulo, atualmente em greve contra as políticas do governo de José Serra. A mobilidade social foi diminuindo consideravelmente nas últimas décadas. Várias categorias sofreram graves ataques e a precarização, afirmou.
Arcary encerrou sua fala com uma avaliação sobre o movimento sindical e apontando alguns desafios para a organização dos servidores do Judiciário Federal e MPU. As organizações dos trabalhadores precisam ser independentes. Em vários momentos, o movimento sindical confunde o seu papel. É preciso saber distinguir quem são os amigos e quem são os inimigos da classe trabalhadora, finalizou.
Agenda sindical
Artur Henrique, presidente da CUT, central a qual a Fenajufe é filiada, também deu início a sua fala conceituando a crise dos últimos dois anos. Os grandes veículos de comunicação falam da crise, como uma crise econômica e não como uma crise do sistema capitalista. Quem tem que dizer o que realmente essa crise representou somos nós e não os meios de comunicação, que representam os interesses da direita, ressaltou, argumentando, ainda, que os países gastaram trilhões de dólares para socorrer os bancos, valor infinitamente maior que o necessário para acabar com a fome no mundo.
Para o presidente da CUT, as organizações sociais e sindicais precisam pensar o processo eleitoral, neste ano de 2010, como uma forma de discutir o modelo de país que os trabalhadores querem, o papel do Estado e a até mesmo a proposta de reforma política. Também apontou alguns eixos necessários para uma plataforma que atenda aos interesses dos vários setores organizados.
Em relação aos servidores públicos, Artur apresentou como desafio a aprovação da ratificação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho [OIT], a garantia do direito irrestrito de greve e o combate ao PLP 549/09, que limita os gastos com o funcionalismo público até 2019. Os projetos que congelam o salário dos servidores são propostas daqueles que querem reduzir o papel do Estado. Por isso, a nossa intervenção no processo eleitoral tem que ser a pauta dos trabalhadores.
No dia 1° de Maio, quando se comemora o Dia Internacional do Trabalhador, a CUT lançará uma agenda sindical, em conjunto com várias entidades sindicais e organizações sociais. O nosso objetivo é construir uma unidade dos movimentos. Em junho vamos realizar uma grande Assembleia da Classe Trabalhadora, em São Paulo, informou Artur Henrique.
Leonor Costa Direto do 7° Congrejufe
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