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Sei que Francisco José
Do Nascimento, em razão
De batalhar contra o jugo
Da cruel escravidão,
Ganhou cognome e fama
De destemido Dragão
Foi com a declamação de um cordel, uma das mais fortes expressões culturais do Nordeste, que teve início nesse sábado [27/3], em Fortaleza, o maior congresso da história da Fenajufe. O cordelista, xilogravista e cartunista cearense Klévisson Viana presenteou os participantes do 7º Congresso Nacional da Fenajufe [Congrejufe] com a apresentação do cordel Dragão do Mar, herói da Terra da Luz, uma homenagem ao jangadeiro Chico da Matilde [1839-1914], símbolo da resistência popular à escravidão e integrante do movimento que faria o Ceará se antecipar ao Brasil em quatro anos ao abolir a escravatura em 1884.
Sintam não só o calor do tempo, mas o nosso calor humano, desejou Eliete Maia, presidente do Sinje-CE. As boas vindas aos mais de 400 delegados e mais de 100 observadores do 7º Congrejufe foram dadas também pelos representantes dos dois outros sindicatos anfitriões. O Ceará tem a tradição de receber bem, acentuou Heloísa Felício, presidente do Sindissétima-CE. Aproveitem a terra, acrescentou Agnaldo Damasceno, do Sintrajufe-CE.
Sob a condução dos coordenadores gerais da Fenajufe, Roberto Policarpo, Cláudio Klein e Ramiro López, a mesa de abertura do congresso contou ainda com a presença do presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores [CUT], Artur Henrique, e do representante estadual da Coordenação Nacional de Lutas [Conlutas], Fernando Saraiva. A representante da Central de Trabalhadores do Brasil [CTB], Marta Brandão, enviou uma carta saudando os participantes do evento. A mesa esteve composta também pelo diretor da Associação dos Funcionários do Judiciário do Uruguai [AFJU], Raul Vazquez Muzante, e pelo diretor da Federação Nacional dos Servidores do Judiciário Estadual [Fenajud], João Ramalho.
Em nome da Fenajufe, o coordenador geral Roberto Policarpo, nordestino nascido no Rio Grande do Norte, disse que se sentia em casa em Fortaleza. Ao enaltecer o 7º Congrejufe como o maior congresso da história da federação, ele observou que o evento é oriundo de uma grande luta e organização dos servidores do Judiciário e do Ministério Público da União.
O coordenador da Fenajufe chamou a atenção para o atual contexto e a necessidade da unidade dos servidores em torno das reivindicações da categoria. Este ano é muito diferente dos outros. Somente a luta e organização dos trabalhadores garantirão a valorização da carreira. A mobilização dos trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU inclui a luta a favor da jornada de seis horas e contra o assédio moral, a precarização das relações de trabalho e o PLP 549/09 que propõe o congelamento do salário dos servidores por dez anos. Esses pontos unem todos nós, resumiu.
O representante da Fenajufe encerrou a mesa de abertura do 7° Congrejufe na expectativa de que, além de ser o maior congresso da história do movimento sindical dos servidores do Judiciário e do MPU, o evento seja também o melhor. Precisamos, nesses dias, preparar a categoria para os embates que enfrentarão no próximo período e fazer avançar em nossas conquistas.
Mais sobre o 7° Congrejufe
O 7º Congresso Nacional da Fenajufe se estende até a próxima quarta-feira [31/3], quando será escolhida a diretoria que ficará à frente da federação pelos próximos três anos. Entre os pontos da pauta, destacam-se os debates sobre conjuntura e a luta pela aprovação dos projetos de revisão salarial [PL 6613/09 e PL 6697/09].
Raimundo Madeira Direto do 7° Congrejufe
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